Ensinamentos Esotericos - NUMA IGREJA EVANGÉLICA – Lucius


Havia ali, naquele determinado templo evangélico, os Espíritos elevados ligados ao Evangelismo que militavam naquele templo de Deus, procurando levar consolação e auxílio aos membros da comunidade humana que buscava proteção. Antigos Pastores devotados, líderes religiosos daquela comunidade e Espíritos de evangélicos desencarnados, se postavam na porta da Igreja.


Havia mais de dois mil encarnados reunidos para o culto daquele horário. E quanto maior é o número de encarnados reunidos, mais dores e feridas acumuladas, esperando atendimento.

A constante referência ao demônio, as inúmeras solicitações financeiras e a exploração da culpa dos que procuram asilo sob seus tetos, notadamente nestes grandes agrupamentos que atraem massas inumeráveis, induz à proliferação de pensamentos de desajuste, de ambição desmedida, de angústias ou temores, que tornam extremamente adverso o trabalho dos benfeitores espirituais, desejosos de favorecer os próprios encarnados necessitados.

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Ali, misturados em uma grande sopa de forças conflitantes e densas, havia de tudo, mas predominavam emissões mentais que poderiam ser claramente definidas em faixas específicas, de acordo com a coloração e a forma das imagens produzidas pelos pensamentos.

Havia aqueles nos quais predominavam os interesses pessoais, portadores de uma ansiedade especulativa. Desejavam resolver problemas imediatos ligados à questão do dinheiro. Observava-se, igualmente, em outra faixa de vibrações, os que se identificavam pelo peso da culpa, pelos erros cometidos e pela necessidade de se livrarem de tais resquícios.

Fora estes dois grandes grupos, encontravam-se também, de maneira muito marcante, os descompromissados, os curiosos, aqueles que vão só para ver como é e para ver se conseguem obter algum favor. Estes, no entanto, se viam mergulhados num oceano de gritos, de uma encenação impressionante através de testemunhos verdadeiros ou arranjados, de repetição de advertências contra a ação solerte de Satanás.

A ação dos dirigentes encarnados e seus ajudantes, todos bem orquestrados e interconectados por aparelhos de escuta e de transmissão rápida, era extremamente eficaz para garantir a melhor arrecadação e o maior número de adeptos.

Completando o grande mosaico de motivações ali reunidas, achavam-se os indiferentes da vida, os maldosos que pretendiam tomar bens alheios, os que compareciam para se encontrarem com rapazes ou moças que lhes interessavam aos desejos, negociantes que queriam melhorar o fluxo de caixa investindo algo nas promessas materiais imediatas da religião, gente interessada no poder mundano procurando o patrocínio da fé para seus golpes e tramóias, os aproveitadores e invejosos do sucesso alheio querendo conseguir explorar a religião para ver se tinham a mesma sorte dos que invejavam, os que queriam fazer propaganda de seu estabelecimento entre os devotos do culto, criando vinculação financeira com os pastores que difundissem a sua loja para, depois, retribuírem na forma do pagamento do dízimo, etc.

No meio deste heterogêneo público, todavia, existiam os sinceros devotos da fé, aqueles que estavam abertos ao contato superior e que, acostumados com a gritaria frenética e com os diversos lances teatrais, abriam-se para a ação positiva das forças amigas.
Se isso já era caótico do ponto de vista do ambiente material, do ponto de vista do mundo invisível a coisa era muito pior. Isso porque o número de entidades que se aglomeravam no templo era de impressionar. Para os dois mil encarnados que, aproximadamente, ali se comprimiam, havia mais de trinta mil Espíritos desajustados, vingativos, perseguidores, viciosos, doentes, atrelados aos encarnados ou atraídos pela concentração de energia vital abundante, como formigas que procuram o açúcar e se aglomeram ao redor do doce quando o encontram.

As trocas de fluidos densos motivavam mais desajustes entre os presentes. As constantes referências a Satanás e aos Espíritos impuros não davam espaço às alvissareiras promessas do Cristo. Para muitos Espíritos aflitos, o denso ambiente piorava-lhes as sensações, impregnando-os com as emissões mentais desajustadas dos próprios encarnados, ao mesmo tempo em que a ingestão dos fluidos vitais que os vivos ofereciam em maior abundância intensificava nas entidades as fixações mentais mais ativas que carregavam.

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Alimentados pelas forças vitais que sugavam dos presentes, tais Espíritos se sentiam reviver, como se voltassem a experimentar o corpo carnal novamente, com todos os seus sofrimentos, as dores antigas, as enfermidades que os haviam vitimado na última jornada física.
Assim, agarrados a muitos dos encarnados assistentes do culto, eram vistos Espíritos cuja mente em desalinho revivia os dramas pessoais por que haviam passado, com precisão e concretude. Assim, se haviam morrido em acidentes automobilísticos, voltavam a sangrar aos borbotões pelos membros dilacerados de seu corpo espiritual. Outros que haviam morrido queimados, se transformavam em tochas vivas, agitando-se no ambiente, em desespero, circundando os encarnados aos quais se ligavam.

Outros ainda, carregando motivos de ódio e perseguição, sentiam-se ainda mais fortes e vivos, envolvendo o pescoço de suas vítimas com a força magnética negativa de seus desejos de vingança, intentando despedaçá-los, piorando a pressão psíquica e fluídica que exerciam sobre os encarnados aos quais se conectavam.

A gritaria e o horror, do lado invisível do culto, eram extremamente mais grotescos e dignos de piedade do que o que acontecia no ambiente dos vivos na carne.
Naturalmente que nem todos os encarnados poderiam ser atendidos em seus pedidos, porquanto nem todos desejavam os tesouros do Céu. Boa parte estava ali visando os tesouros da Terra. Entretanto, havia pelo menos duzentos e cinquenta encarnados que apresentavam razoáveis condições interiores para receberem a ação fluídica curadora ou aliviadora de seus males.

Os devotados enfermeiros espirituais, atuando com a aparelhagem específica, selecionaram os candidatos, auscultaram suas necessidades e, demarcando suas mais graves carências, prepararam o campo para que, valendo-nos dos mesmos princípios energéticos que aqui abundam, doados pelos corpos dos próprios encarnados em êxtase ou em mecânica oração, possam ser manipulados para que se convertam em melhora física, em alívio espiritual, em equilíbrio psicológico, em afastamento de perturbações invisíveis, em fortalecimento da emoção desajustada, à procura de reequilíbrio.


Cada um dos encarnados selecionados no meio da grande turba agitada estava revestido de um halo de energias luminosas sustentado por um Espírito amigo que se encarregava daquela tarefa e era auxiliado, quando possível, pelo Espírito protetor do encarnado, favorecendo, com isso, a manutenção de um campo favorável à ação energética benéfica, atmosfera esta que permaneceria envolvendo o interessado mesmo depois que o atendimento terminasse, se ele soubesse preservá-la com o cultivo de bons pensamentos e sentimentos. 

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