M.D.C.: Ele veio para o tratamento da visão?
Canal: Sim.
Canal: Do lado dele tem um monte de cadeira e as pessoas estão sentadas nestas cadeiras para serem atendidas por ele. Mas ele está olhando para uma pessoa que está em pé e na frente desta pessoa tem um espelho, mas no espelho não tem o reflexo dela. Ela não vê nada no espelho. Ele está perguntando para ela, "porque você não olha para o espelho?" Parece que ela tem medo de olhar no espelho porque ela sabe que não irá ver nada nele. Ele está falando para ela, "você já tentou limpar o espelho? Este espelho está cheio de pó e talvez seja por isso que você não vê o seu reflexo no espelho."
Esta pessoa está com os olhos fechados e ele está falando "pode abrir os olhos, limpe o espelho, remova toda sujeira do espelho, todo o pó." É um pó marrom. Ela limpou o espelho, mas continua não vendo nada. Agora este médico está com os braços cruzados, não no peito, na altura da cintura. Ele pediu para essa pessoa se deitar em uma maca, se aproximou dela. Ele tem uma espécie de bisturi na mão, mas não é um bisturi, é como se fosse uma haste de metal. Ele colocou a mão na cabeça da pessoa e pediu para ela abrir os olhos bem abertos. Ele vai fazer uma espécie de raspagem no olho dela.
Ele é o Arigó. Ele está fazendo essa raspagem no olho e as outras pessoas estão esperando. Agora ele fez a raspagem no olho esquerdo dela e se dirigiu para o outro lado da mesa e está fazendo a raspagem no olho direito. Ele é muito calmo. Está falando que o problema desta pessoa não está no campo físico, que existe uma certa atrofia no nervo óptico. Agora ele pegou uma água benzida e está molhando a mão e está passando em cima dos olhos dela.
Ele está falando "só quando você se enxergar por dentro, só quando ver como você é, quando você enxergar com os olhos da alma, o seu corpo físico vai se regenerar." Ele está falando que essa pessoa não enxerga por causa de muitos bloqueios que ela tem, então tem uma visão turva da realidade.
Ele pediu para a pessoa abrir os olhos. Ele pegou um conta-gotas e um pouco daquela água benzida e está pingando no olho dessa pessoa como se fosse um colírio. Agora ele falou para a pessoa repetir "eu quero a cura, eu sinto a cura, eu estou curada." Pediu para ela se levantar e olhar no espelho. Agora ela consegue se ver, meio embaçado, não tem uma visão 100%, mas agora ela já consegue ver. Ela vê um leve contorno refletido no espelho e ele está dizendo "enquanto você tiver medo de ver a realidade, não vai enxergar nada a mais. Tente ver as coisas como elas são e não como você quer que sejam. As coisas são o que são." Agora ele colocou uma faixa no olho desta pessoa, envolvendo a cabeça e pediu para ela se sentar. Ele vai começar a atender os outros um por um e vai fazer o mesmo procedimento. Ele trabalha muito rápido.
Ele está explicando que a maioria das pessoas que ele está atendendo tem medo de ver a realidade e esse medo forma uma espécie de cristal. São cristais que vão se juntando no nervo óptico e vão deixando a pessoa com a visão não tão clara como deveria ser. Ele está dizendo "eu curo em nome de Cristo, mas depois do procedimento, cada um tem que se esforçar para superar esses bloqueios, é o medo de ver o que é real, porque a realidade as vezes é triste, as vezes é dura, as vezes é difícil de encarar, mas você não pode fechar os olhos para a realidade, porque toda vez que você faz isso, afeta a sua visão”. Ele sabe que todo mundo só queria ver coisas boas, belas, bonitas, coisas simétricas, mas que nós estamos aqui para ver a imperfeição. Nós vivemos num mundo de imperfeição e a pessoa que não aceita a imperfeição, nunca vai conseguir enxergar a perfeição.
O processo que ele aplica, tem muito a ver com a questão de que nem sempre as coisas são do jeito que a gente quer e essa negação da realidade é uma fuga. Ele está explicando que o processo é um processo de transmutação das coisas imperfeitas. Você só consegue ter noção do que é belo se você também consegue enxergar o que não é belo. "Os olhos são a porta de entrada de tudo que foi colocado neste mundo. Você tem que ver as coisas como elas são e por de lado os preconceitos”.
M.D.C.: Eu gostaria de ouvir a explicação dele para os animais que não enxergam, nascem cegos ou perdem a visão proporcionalmente.
Canal: Ele está explicando... Nos animais o processo é diferente. O Ser humano escolhe o que ele vê e ele ativa todo um sistema neurológico, é um processo complexo onde aquilo que é visto é transportado para o cérebro e lá ele é processado em uma velocidade muito rápida, a gente nem percebe a velocidade, é como se fosse em tempo real, mas o mecanismo de compreensão é diferente em cada pessoa e a pessoa processa a imagem e este processo une várias sinapses e várias ligações, várias memórias que ela já tem, várias lembranças, tudo entra no processo para a formação da imagem e para a sua compreensão. Então é como se fosse a absorção de uma imagem e ela passa por uma espécie de filtro, que é um filtro de cada um que é um filtro individual, um filtro emocional, espiritual e quando esse processo muito rápido, quase imperceptível, se completa, a pessoa tem a compreensão do objeto que ela está vendo. Esse filtro, as vezes, filtra mais ou menos, dependendo da pessoa. Este processo pode de repente significar alguma coisa que não é o significado daquilo que foi apreendido pela visão. É como se o Ser humano dourasse a pílula ou passasse um verniz naquela imagem e ele faz uma conexão com vários sistemas cerebrais.
Então, tecnicamente falando, você nem sempre vê aquilo que é. Na maioria das vezes você vê o que quer ver. Mesmo que tenha a ver com profundidade, as pessoas veem de diferentes formas por causa deste processo particular. Nos animais é diferente. A visão do animal não tem filtro. Ele vê a coisa como ela realmente é e ele ainda consegue ver além, porque ele tem um sistema mais aguçado do que o Ser humano e muitos Seres que vem para encarnar como animais, muitos fractais, antes de entrarem no corpo, eles têm esse conhecimento prévio e alguns escolhem não ver isso, porque como eles não têm esse filtro, a realidade para eles é muito mais cruel do que para gente, é muito mais aguçada. Então eles veem a energia do objeto e aquilo é um choque.
O animal está sempre na posição de defesa por causa deste processo dele, de ver as coisas, porque ele tem que ter essa percepção, é um instinto mais aguçado de autodefesa. Então alguns escolhem que não vão querer ter essa função na sua totalidade, porque os objetos, as imagens, o ambiente é tudo mais forte para eles, é como se eles vissem no espectro livre do filtro que os humanos têm, então eles conseguem ver além do objeto. Eles veem a aura das pessoas, a energia dos objetos, das plantas, do ambiente e isso para eles é muito estressante, por isso que quando você muda um animal de um ambiente para outro, ele fica sempre acoado, ele começa a usar todos os instintos, ele começa a usar muito mais o tato, o olfato, para ele poder ir se adaptando lentamente a esta mudança, porque para ele é um choque. Por isso quando você for lidar com um animal, você vai tirá-lo de um lugar para outro, é sempre bom que você converse com ele e explique para ele o que está acontecendo, que ele está mudando de um ambiente bom para um melhor ainda, que ele pode achar estranho no começo, mas que as energias do lugar serão melhor do que as do lugar que ele estava. Eles ouvirão quando você falar isso. Fazendo isso, é como se você fizesse o papel do filtro dos humanos, você já prepara o animal para uma nova realidade. Porque toda mudança de ambiente para eles é muito drástica, porque requer uma adaptação instantânea e alguns quando veem, antes de vir para cá, as coisas como elas são e além do que elas são, eles escolhem não ter a totalidade da visão, para que isso não os deixe muito estressados ou muito deslocados. Porque se você olhar num olho de um animal, bem dentro, você vai ver que é uma pureza, parece que ele vê dentro de você, vê além daquilo que você é e realmente ele vê.
É diferente dos humanos, quando uma pessoa olha para outra, ela não vê a priori a imagem desta pessoa como ela é ou como deveria ser, ela vê o que ela mentaliza a respeito desta pessoa. Ela se baseia sempre em estereótipos, ela olha uma pessoa musculosa e ela fala "ah esta pessoa é forte, é muito masculina, tem uma brutalidade excessiva" e as vezes não é isso. Ela vê uma pessoa magra e fala "nossa, essa pessoa é doente". Porque ela falou isso? Ela não viu a doença, ela viu a pessoa. Mas essas sinapses que o cérebro processa e trabalha com as imagens, faz todo um elo como se fosse uma criação de uma imagem que você possa compreender o que ela é, sem saber o que ela é. É uma antecipação do que a pessoa poderia ser. Isso é um erro muito grande, mas é comum em todas as pessoas, você vê uma pessoa com as roupas sujas, rasgadas, você já fala "estou vendo um mendigo", mas as vezes ele não é um mendigo, pode ser uma pessoa muito rica, só está sujo, mal vestido.
Já os animais, eles veem o objeto. Para eles, o objeto é o objeto. Eles não fazem essas conexões sinápticas, essas ligações mentais, eles trabalham só no campo do visual instintivo, e o campo do visual instintivo é a realidade, é aquilo que tem que ser visto. Por isso, muitas vezes o animal não se aproxima da pessoa. Ele olha e vê o que a pessoa realmente é. Não importa o que ela está vestindo, como ela está, se arrumada ou não. Essa sensação que o animal tem, tem a ver com a sensação instintiva de autodefesa, é própria da natureza dos animais. Isso pode ser melhor observado em animais carnívoros, animais que caçam. Tente visualizar o rosto de um lobo, você vai ver que o olho dele, quando ele te olha, está olhando dentro de você. Ele consegue ver todas as intenções que você tem, se você tem a intenção de machucá-lo, de agredi-lo ou se você fará um carinho nele. Esta é a grande diferença.
O Ser humano, por ele ter este cérebro totalmente desenvolvido e por ele se encher de coisas que ele não precisa, ele fica metalizando todos os processos e tentando compreender o que está a volta dele. Uma casa vazia, pode ser uma casa abandonada, mas pode ser que ninguém esteja lá provisoriamente e logo retornará. O animal não, ele está passando na rua e vê uma casa vazia e instintivamente ele vê tudo, que lá não tem perigo, lá ninguém vai me ameaçar, ali é um ponto de refúgio, eu posso me abrigar aqui. Então, por não ter todas essas conexões, estes preconceitos e essas imagens já todas gravadas na mente, as vezes a gente até olha o animal e acha que ele é muito simples, muito ingênuo, mas esse comportamento instintivo de autodefesa, de preservação, os humanos também já tiveram e com o passar da evolução isso foi sendo abandonado, porque o Ser humano acha que ele é o centro do universo e só ele foi feito à imagem e semelhança do Divino Criador e que tudo que está a volta dele foi colocado aqui para servi-lo, para beneficiá-lo de alguma forma: os animais para serem mortos e consumidos, as plantas para serem derrubadas, os rios para serem desviados e ser bebida toda água.
Agora veja o animal, ele está andando em uma floresta, tudo que está a sua volta, ele vê como se fizesse parte dele. A floresta densa é um refúgio para o animal, para o homem já é um obstáculo, ou um meio de exploração. O animal não vê isso, ele vive em uma perfeita simbiose com a natureza, por isso que a visão dele é uma visão que tem uma conexão direta com a parte cerebral dele e as imagens que ele vê não passam pelo filtro do egoísmo, da arrogância, dos preconceitos, é uma imagem pura, ele vê a árvore como uma árvore, ele sabe que é. Ele sabe de repente que pode fazer um xixi na árvore, ele sabe que pode fazer isso, jamais ele vai derrubar a árvore. Ele anda na floresta procurando água, ele sabe onde vai encontrar e ele sabe que ele vai tomar somente a água que ele precisa. Ele vê a água como um alimento, como uma fonte de vida. Ele vê uma sombra como um refúgio para descanso, um momento que ele pode deitar na terra. Ele vê a terra como um elo de conexão como a Mãe Gaia.
Muitos ouvindo isso vão dizer, não há comparação entre os homens e os animais, nós estamos num patamar evolutivo muito superior. Esse é o maior engano que o homem pode cometer, achar que está acima de todos os reinos, do reino animal, vegetal, mineral e achar que tudo a sua volta está aí em benefício dele, pois é a imagem do Criador. O homem que pensa isso não devia estar aqui no planeta.
Voltando a sua pergunta, você pode imaginar que essa visão dos animais seja uma visão simplória, mas não é. Eles têm no instinto uma percepção além do objeto, além da realidade e é como se os olhos dos animais fossem sensores que captam até a aura das pessoas, das plantas, do ambiente. Então quando você me pergunta, porque que alguns animais enxergam menos e porque alguns são cegos ou ficam cegos, tecnicamente falando se essa cegueira não foi provocada por nenhum fator externo como uma virose ou alguma outra doença, você pode ter certeza que foi uma escolha do Ser felino, do Ser canino, do Ser animal, em vir para cá e cumprir parte da missão que é estar nesse mundo e formar uma simbiose com a natureza e com todos os elementos.
E aqueles que nascem com a visão perfeita e no decorrer da existência acabam por ter esta visão reduzida pode ter certeza, 99% dos casos excluindo aqueles causados por fatores exógenos decorrem da crueldade que esses animais conseguem ver nas coisas e nas pessoas e eles conscientemente se permitem reduzir a sua visão, para que eles não possam ver isso, porque isso os machuca muito.
De certa forma, nós como animais que andamos em duas patas e nos achamos os reis do Universo, nós também temos esta visão instintiva, ela está presente em todo ser humano. A partir do momento em que você estabelece uma conexão com a mãe natureza, com todos os elementais, com todo reino animal e vê isso como uma coisa só, veja, isso não é conversa de autoajuda, isso é a pura realidade, eu estou falando da forma mais simples e compreensiva. Quando a pessoa está integrada com todos os reinos, ela desperta a visão extintiva que ela sempre teve e ela começa a ver, assim como os animais, a aura das plantas, a aura da terra, a aura das outras pessoas, mas eu sei que muitos que atingem este estado, isso poderia significar um retorno ou um regresso ou uma involução do campo visual da pessoa, do processo de visão da pessoa, na verdade não é, pois todos temos esta condição.
Nos seres humanos a arrogância, a prepotência o acúmulo de informação e o entendimento errado da ciência e de toda a evolução, nos fez acreditar que esta visão instintiva que o animal tem é uma coisa do passado, é uma condição instintiva, quando nós vivíamos nas florestas como caçador e dependíamos muito de nossos instintos, da audição, do olfato, da audição, nós éramos como os animais e fomos deixando isso de lado, em todos os aspectos.
Então, voltando a sua pergunta, você vai perceber, principalmente você que lida com muitos animais, que é uma minoria, posso dizer 5% dos animais tem problemas de visão e é justamente porque eles tinham como fractais esta consciência da visão como uma forma, o olho do animal pode ser descrito como uma janela translúcida e toda luz que entra, entra direto e forte e não tem filtro. Então eles escolheram: eu não quero essa visão plena do que as coisas realmente são, eu quero ir e cumprir a minha missão como animal, com a redução ou sem a visão, mas isso não torna o animal menos animal, eles são seres evoluídos e muitos vão dizer “nada disso, eles são seres simples, atrasados”.
Mas então eu te pergunto minha irmã: o que vocês buscam aqui? O que todo buscador da espiritualidade busca? Não é a visão além da visão? Conseguir ver a aura das pessoas? Conseguir ouvir o som de uma pessoa antes dela chegar? Sentir o cheiro das coisas antes de vê-las?
Essa é uma função instintiva que os animais têm e é engraçado que todo Ser humano se arvora num conhecimento científico e falar: “eu tenho minha visão e ela é plena, e se eu tiver um problema posso usar um óculos, posso fazer uma cirurgia. Eu vejo a realidade, tudo que está a minha volta”, mas então você vai para aqueles grupos espirituais, espiritualistas, aquelas pessoas que estão preocupadas com a alma, com o espírito e com a vida além dessa vida, e que é que eles querem? Eles querem ver além desta realidade, eles querem ver aquilo que um dia eles viram e que eles perderam e deixaram de lado. Agora todo mundo medita tentando aprimorar os instintos, a terceira visão, uma audição mais aguçada, isso é muito engraçado e acaba sendo um paradoxo da humanidade. Você evolui para coisas complexas, mas vai perceber que toda evolução é reducionista, toda pós-graduação, todo mestrado, todo doutorado funcionam como um funil, você vira um reducionista, você segue sabendo muito, muito de pouca coisa.
Sim, os que estão na pirâmide lá embaixo sabem pouco de muita coisa, quer dizer, eles não sabem nada, mas entre esse processo de afunilamento a pessoa tem que ter uma percepção de que ela não pode ignorar os instintos. Por mais evoluído que você seja, por mais catedrático, por maior que seja sua biblioteca, quando você ficar doente é uma planta que vai te salvar, é o teu animal de estimação que vai vir deitar em seu colo e transmutar sua energia negativa, porque os animais têm essa função de cura, todos tem.
Não pense que quando você estiver no ápice do conhecimento, no final do funil, entendendo tudo de pouco, tudo de uma coisa só, você estudou o Sol, você sabe tudo sobre ele, tudo. Mas eu te pergunto, irmã, e quando vem a noite, para que serve o Sol, para que serve todo o seu conhecimento sobre o Sol se você não conhece a Lua?
Já foi dito há muito tempo, não há noite longa que não encontre o dia. Isso quer dizer, não é o simples ato de rotação da terra, isso é um processo de autoconhecimento. Se no fim de toda noite o Sol ressurge, significa que você não pode ficar preso num só fragmento do conhecimento.
Imagine que você saiba tudo sobre a noite, sobre a Lua, você conhece todas as constelações por nome, todas as galáxias, aquela é Andrômeda, aquela é Siriús, aquela é Touro, a Lua tem quatro fases, existem as estrelas anãs, as estrelas vermelhas, as que emitem luz azul, os meteoros nós chamamos de estrela cadente e você diz “eu conheço toda a noite, eu sou da escuridão”, mas então vem o Sol, vem o dia, e eu te pergunto irmã, esse grande sábio da noite, esse grande profeta da escuridão, esse grande ser das estrelas, o que ele faz quando vem o Sol? E eu te respondo: ele procura uma caverna para se abrigar nas sombras, porque ele conhece as sombras, ele não quer se expor ao Sol, pois para ele é algo desconhecido.
Não vou divagar muito e vou voltar na sua pergunta: porque os animais vêm para este mundo cego ou com a visão reduzida em 20, 30 ou 50%? É porque eles conhecem a noite, eles conhecem o dia, eles conhecem o Sol, as estrelas a lua, eles conhecem as árvores, eles interagem com a terra, com as águas. Isso tudo para eles é natural.
Eu vou falar uma coisa irmã, talvez você nunca tenha ouvido isso, talvez até questionem e falem que isso não é verdade, mas saiba que existe a minha verdade, a sua e a verdadeira verdade, que ninguém vai descobrir, mas eu te falo uma coisa: os animais veem os seres humanos como obstáculo, essa é a pura verdade. Nós somos um obstáculo para a natureza, para os animais.
Eu te pergunto irmã: se um gato vem para essa terra, como um gato feral, um animal selvagem, porque é que ele vai precisar de você? Ele não precisa de ração, ele não precisa de carinho. Então, por muito, muito tempo, isso começou lá atrás, não sei se estava nos planos do Criador, não posso questionar o Criador, eu uma criatura, das mais pequenas, e insignificantes.
Eu vim para a terra com um trabalho simples de cura e não teve uma pessoa, uma única pessoa, que quando eu atendi e eu atendia várias, 2000, 1000, todos os dias sem parar, nunca me neguei, mas não teve uma única pessoa que chegou para mim e eu olhei para ela, porque eu vejo a aura da pessoa, eu vejo dentro o que a pessoa é realmente, nenhuma falou assim: “Arigó eu vim para ser curada para cumprir a minha missão, pois essa falta de visão me atrapalha, eu vim para ser curada com humildade se é para ser curada, se não, eu não me importo, eu verei isso como parte da minha missão”. Por mais simples que a missão seja, ser uma dona de casa, um médico bem-sucedido, um advogado, não importa, mas nenhuma, nenhuma falou e nenhuma se abriu e eu não consegui ver dentro de nenhuma delas. Todas estavam ali movidas pelo egoísmo, um forte sentimento de egoísmo, muito forte, é aquele egoísmo que quando a pessoa vinha eu via nela “você tem a obrigação de me curar”, “Deus tem a obrigação de me curar”.
Eu não falava nada, mas pensava na minha mente, "minha filha, Deus nem está te vendo, acorda". A cura não pode ser buscada dessa forma, como uma forma egoística. “A priori”, a cura nem deveria existir. Depois de muito tempo refleti sobre isso. Pois se sua missão e sua escolha foi ter vindo com este problema, todos os obstáculos que foram planejados no seu caminho serão removidos num estalar de dedos. Aonde esta sua fé na evolução? A evolução não é a busca do corpo perfeito, sem máculas, sem manchas, a evolução é justamente o contrário: é a compreensão do seu estado naquele momento. Você planejou uma vinda para cá com problemas de visão e no meio do caminho, egoisticamente, “eu quero ser curado”, “eu tenho que ser curado”, “Deus tem que me curar”. Isso não é cura, isto é enganação. Você está enganado o Universo e você mesmo.
Tenha certeza de uma coisa irmã, eu curei muitas pessoas, muitas. Eu recebia, antes da sessão de cura, de que poucos poderiam ser curados. Eu deveria curar todos, fazer o processo de cura com todos, pois todos estavam ali e se predispuseram, mas vinha a informação, poucos precisam dessa cura, a maioria precisa refletir sobre os problemas que ela carrega.
Talvez isso soe um pouco cruel ou desumano, mas vou te falar outra coisa, talvez você já saiba disso. Vamos dizer assim: o Criador, as Divindades, os Seres Superiores, eles são cruéis irmã. Não existe ninguém 100% bom qe nem 100% mau. Eles são cruéis, pois este é um processo de aprendizagem e ninguém aprende as coisas burlando o sistema. Aquele aluno que cola, ele vai passar de ano, mas aquele ano foi perdido para ele. Ele não aproveitou nada daquilo, não aprendeu nada.
Irmã, para não te deixar muito cansada e para não falar muitas coisas que eu penso, só vou falar mais uma coisa que fecha tudo isso que eu falei: vocês estão aqui para aprender. A aprendizagem não é doce, não é um Mel. A aprendizagem é um copo do suco mais amargo que você já tomou. Mas eu cumpro minha missão e fui trazido aqui hoje por um grande Ser e ele me disse, vai e faça o que tem que fazer.
Eu sei o que eu tenho que fazer, todas estas pessoas que estão nesta lista serão atendidas por mim, vão passar pelo processo de cura e eu te digo uma coisa, pode ser que amanhã, ou daqui um mês, elas peguem um livro e não consigam ler sem os óculos, mas quando pararem para meditar elas terão uma grande surpresa. Eu posso não limpar os olhos físicos, mas eu faço um grande trabalho no olho espiritual e vocês terão mais clareza de tudo que esta a volta de vocês, dos seus objetivos, das suas metas e obviamente dos seus medos, das suas sombras, tudo vai se tornar mais visível.
É como aquele exemplo simples que eu dei: depois de toda noite longa vem o dia, depois de um dia cansativo vem a noite e assim sucessivamente. Você tem que ver a escuridão e a luz da mesma forma, abraçá-la e compreendê-la. Absorver os raios do Sol, todo o Prana e isso eu aprendi com os orientais e abraçar a Lua e a Escuridão. Se elas existem é porque fazem parte do todo, nada está aqui por acaso. Essa rotação não é um capricho do Universo.
Agora eu me despeço de vocês e vou continuar o meu trabalho. Esse trabalho irmã, eu vou fazê-lo por sete dias. Incansavelmente eu não vou sentar, eu não vou parar, eu não vou nem respirar e depois depende de vocês. Gratidão irmã.