Lightworkers - Trabalhadores da Luz

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(o doutrinador conversa com o espírito incorporado no médium)

O Espírito cuja história é narrada a seguir também era o remanescente de uma sofisticada comunidade das sombras, que se desmantelara depois que seu líder resolvera abandonar sua tarefa. Este irmão permanecera por lá, vagando pela escura região em ruínas. Não tanto porque desejasse teimosamente continuar a sua tarefa, embora isso também estivesse em seus planos, mas, principalmente, porque, nas suas próprias palavras, fora ”cortado o fio mental que o ligava àquela realidade”.

Estava agora perdido, alienado, vivendo um tempo de ficção científica, sem presente, nem passado, nem futuro. Parecia ter-se chocado subitamente com uma realidade nova que não podia entender. Onde estivera antes? Que era “onde”? Que era “antes”? Quem era ele? Repetia obsessivamente uma pergunta só: “Onde estão os outros?” Os companheiros com os quais até então convivera, eram o seu mundo, a sua realidade, o seu vínculo consigo mesmo. Sem eles e as formas-pensamento que os sustentavam ele era um ser sem identidade, sem rumo, solto no tempo e no espaço. Mas, que era tempo? E que era espaço? E onde estavam seus amigos? Onde? E onde estava ele?

Pouco a pouco a história foi-se desdobrando em fragmentos esparsos e algo desconexos, mas que iam, lentamente, compondo o quadro de desolação de sua mente em caos. O último acontecimento de que se lembrava era a morte de Lucrécia Bórgia, mas quando fora isso? Ontem? Há um século?

O doutrinador tenta pacientemente localizá-lo no tempo, dar-lhe uma identidade, buscar-lhe um nome, situá-lo no espaço físico e mental. Lucrécia, filha do Cardeal Rodrigo Bórgia, depois Papa Alexandre VI, vivera entre 1480 e 1519, morrendo, pois, com apenas 39 anos, após uma vida aventurosa, nos cimos do fausto, do poder e da beleza. Ao que hoje se sabe, foi uma figura histórica bastante caluniada e deformada. Sua família marcou uma época.

O companheiro que ora se manifestava como Espírito, fora, ao que nos dizia, Chefe da Guarda do Papa. Tinha acesso fácil ao Pontífice e o considerava, com justeza e compreensível orgulho, a figura mais importante da época, abaixo de Deus, de quem era representante incontestável na Terra. Como se chamava? Parece que era Licinius. . . Ou era Lúcio? Não sabia ao certo. A princípio dizia que era jovem, belo, nobre e rico, mas, depois, confessou ser mentira. Era apenas um soldado sem “status” especial que amava, ou melhor, cobiçava uma jovem lindíssima, de alta nobreza e muito rica, predicados que, reunidos numa só mulher, colocam-na no centro vital de muitos e contraditórios interesses. Ele simplesmente a queria para si. Se ela o amava? Isso não tinha a menor importância. As mulheres, na sua opinião, foram feitas para servir e não podiam ter vontade própria. Quanto às barreiras sociais da diferença de nível, o Papa as removeria, obrigando os pais da moça a entregá-la ao jovem Comandante da Guarda.

O baralhamento da sequência, no tempo, é total. Seu primeiro marco temporal fora a lembrança da morte de Lucrécia, portanto, em 1519. Rodrigo, o pai, isto é, Alexandre VI, morrera em 1503, quando foi sucedido por Júlio II, “l’uomo terribile”. De modo que quando ele diz que vai falar com o Papa, não sabemos se está pensando em Alexandre ou Júlio, a quem teria continuado a servir na Guarda. Se se trata de Alexandre, então, ele está com a seqüência quebrada, lembrando-se de uma época em que o pai de Lucrécia ainda ocupava o chamado “trono de S. Pedro”. 

Esta parece ser a hipótese mais aceitável, porque sua mente confusa está ainda fixada num acidente inexplicado de uma carruagem em que a sua amada perdeu a vida. Ao que conseguimos apurar, ele comandava um grupo de soldados que emboscava a carruagem para agarrar alguém, parece que uma mulher.

Inexplicavelmente, a moça a quem ele cobiçava estava lá também. Os cavalos se assustaram, o cocheiro perdeu o controle e a moça morreu. Nosso irmão encontrou em poder dela uma riquíssima placa de diamantes montada com uma cabeça dela esculpida em ouro maciço. Este era um dos seus segredos, pois todo esse tempo ele guardara consigo a joia, na esperança de um dia presenteá-la à moça, em restituição.

Primeiro dissera que ele, muito rico e poderoso, mandara fazer a jóia. Só depois confessou que a pilhara no acidente fatal para a sua amada. Diria depois que teve também um riquíssimo crucifixo de ouro cravejado de pedras. Outra pilhagem oportuna. Era, pois, um aventureiro típico daquela época brilhante e tumultuada por incontroladas paixões humanas.

Insistia, porém, em falar com o Papa., O Papa era todo poderoso e resolveria os seus problemas. O doutrinador esforçava-se por restituir-lhe a noção de tempo. Meu Deus! Quatro séculos e meio haviam-se passado e para aquela pobre criatura nada acontecera nesse amplo intervalo, em termos humanos. O Papa já morrera... Ele não sabia? E ele se perguntava, alienado: “Que é morrer? Que são quatro séculos? Que é o tempo?” Mas, aquilo era uma loucura!... Ele poderia ir a Roma a qualquer momento que desejasse e estava certo de encontrar lá o Papa para atender prontamente aos seus caprichos.

Colando pacientemente os pedaços, conseguimos reconstituir o fragmento de história que aí ficou, mas a alienação persistia. Somente podia falar com certa coerência do seu trabalho na comunidade espiritual ora destroçada. Sua tarefa consistia em “levar as matrizes”. O que isto significa e o que se esconde atrás dessa misteriosa expressão é algo terrível que não cabe aqui comentar.

Tratava-se, pois, o nosso querido irmão, de um dos casos mais estranhos e curiosos que nos foi dado observar em uma longa série de problemas humanos. Dentro da alienação em que vivia há quatrocentos e cinquenta anos, habilíssimos manipuladores de mentes haviam conseguido uma clareira de lucidez suficiente para fazê-lo servir à causa das sombras, como instrumento cego e automático de trabalho na campanha sistemática contra a obra do Cristo.

Como conseguiram recrutá-lo? Ele mesmo explicou: Prometeram-lhe levá-lo àquela jovem, a quem ele continuava a desejar obsessivamente. Ela seria o prêmio de sua tarefa. Ignoramos o lapso de tempo que ele serviu como um robô a essa causa, em busca do seu prêmio que, aliás, seus mandantes jamais poderiam conceder, pois não estava no seu poder fazê-lo. Jamais, porém, era uma palavra sem sentido para o autômato humano que fora retirado do tempo. Que eram quatro séculos ou vinte séculos?

Convém acrescentar que essas lembranças da Roma Renascentista foram espontâneas, ainda que tumultuadas e confusas. Não fora necessário induzi-lo à regressão através da magnetização. Era preciso, não obstante, buscar alguma ordem naquele caos interior, eventos passados mais remotos que lhe trouxessem de volta a consciência do tempo, do espaço e da identidade pessoal. O único jeito disponível seria fazê-lo regredir a uma existência anterior, a uma época em que suas memórias, ora ocultas, montassem um cenário coerente, racional, dentro dos conceitos normais de tempo, local, de realidade, enfim.

É, pois, a partir do momento em que ele começa a mergulhar em outras vivências que o diálogo prossegue, tal como transcrito a seguir:

Começa a narrativa, ou melhor, a sua vivência, gritando com alguém:

Fora daqui! Fora daqui! Cão! Como se atreve? Aqui quem manda sou eu! Sou senhor absoluto!

— Com quem você está falando?

— Com esse cão que está ali.

Quem é você?

— Quem sou eu? Como se atreve? Se você penetrou aqui, como é que me pergunta quem sou eu? Eu é que tenho que perguntar quem é você. Tirem esse cão da minha frente! Tirem-no, executem-no! Eu quero lá saber disso?

O que ele veio pedir a você?

O que ele veio pedir... Que vêm os cães pedir? Que pedem os cães? Ele veio pedir por uma vida. De um outro cão da raça dele.

E você não deu?

Claro que não!

Quem é você? Você tem esse poder?

Eu tenho.

É um deus?

Não sou Deus, mas é como se fosse.

Porque está sentado num trono?

Porque posso decidir entre a vida e a morte.

Porque está sentado num trono...

Claro. Que me pertence por direito.

E onde é isso? Em Roma?

Onde mais? Vil plebeu...

E como se chama essa pessoa que veio aí pedir?

Já disse que é um cão e os cães não têm nome.

Têm sim. Os cães têm nome. Você tem cães?

Melhores do que esse. São uma manada... uma manada só, com um nome só.

Cristãos...

Cães podres.

E você conhece a mim também?

Deve ser outro cão podre que vem pedir por ele também.

— E você negou a vida que ele te pedia e poupou a dele?

Claro que não.

Ah! mandou matar os dois...

Eu não mandei matar os dois... Mandei torturá-los para que morressem aos pouquinhos, para saberem que dentro do meu círculo o traidor que é apanhado...

Mas alguém traiu você?

Eles. Aliaram-se aos cães.

Eram cidadãos romanos, então?

Claro. Os cães não têm nome. Ele aliou-se aos cães; agora tem uma sigla e uma corrente, que todos eles se ligam por uma corrente.

Você então mandou torturar.

É preciso.

Mas você não sabe, meu querido, que esse poder que tem é transitório, que isso passa e que depois você vai prestar contas perante o Nosso Pai dos seus atos?

Como se atreve a falar assim comigo? Petulante! Posso mandar torturá-lo. Posso mandar matá-lo, também. Você não quer um espetáculo?

Isso pacifica você? Você tem medo dos cristãos? Você teme o quê, meu irmão? Seres pobres, infelizes do ponto de vista social, mas movidos por uma paz interior muito grande que falta a você? Você não tem paz... É isso que você persegue neles? A paz que eles têm? Você acha que torturando, matando, vai alcançar a felicidade?

Ele ouve em silêncio as observações do doutrinador que, do século XX, na pequena sala de um apartamento, no Rio de Janeiro, fala com um voluntarioso e duro Imperador Romano, sentado no seu trono, a dar expansão aos seus rancores contra os humildes e valentes seguidores do Cristo. Inesperadamente, ele muda de tom e se queixa:

— Que coisa confusa! (Em seguida, tentando ser mais maleável) Os cristãos são loucos. Você precisa entender. É preciso limpar esta cidade da loucura. Outros já tentaram. Preciso acabar com a imagem daquele louco maior que criou esta loucura, essa insurreição civil.

— Mas, entre aqueles a quem você ama, também existem cristãos, não é verdade?

— Não sei para onde você me está levando. Sinto que estou flutuando daqui para ali, daqui para ali... para acolá...

— Bem. Nessa existência, então, você esteve sentado num trono e fez aquilo que as suas paixões ditaram; fez o que bem entendeu.

O trono é tudo...

Mas, a sua vida na carne chegou ao fim, não é verdade? Vamos adiante.

Enquanto ele repete que o trono é tudo — a ânsia do poder! — o doutrinador procura levá-lo docemente para o futuro.

Que foi que você realizou de positivo nessa vida? Levou para o mundo espiritual aquele poder? Lá você continuou a exercê-lo?

Deixa-me ir... Minha cabeça dói. Deixa-me ir... Preciso ir.

E o teu amigo Alexandre? Onde está nisso tudo?

Ele diz baixinho, sussurrando como se mencionasse terrível segredo:

Alexandre! Você o conhece? Você é amigo dele? Então você é meu amigo! Alexandre... Grande esperança... Ele também terá o poder nas mãos. Quem nasce para o poder ninguém o tira.

Ninguém? Nem a morte?

Não. Você continua poderoso. (O que é tragicamente verdadeiro, em muitos casos.)

Novas induções de seguir em frente, no tempo. Subitamente, ele recai na condição atual, com a mesma pergunta no início do diálogo:

Onde estão todos? Onde estão todos?

Compreendeu, meu querido, o que se passou com você? É isso.

Tive escravos... Eu os fiz açoitar, eu os mandei para as galés...

Mas, escute: não existe nessas vidas todas que você viveu e das quais recordamos aqui algumas, nem um gesto de afeto, nenhum sentimento de ternura, nenhum desejo de ajudar, de curar uma chaga, de dar um pão a quem tem fome, de servir a uma mãe, a um filho?...

Ajudar...

É, ajudar. Dar um pouco de amor, de afeto, de segurança, de compreensão. Claro que tem, meu caro. Não somos essencialmente maus. Cometemos erros, mas a bondade está

em nós; a bondade é a luz que Deus colocou em nós, para que a desenvolvêssemos...

Sim, é verdade. Eu um dia perdoei uma mulher! Porque trazia um filho e o amamentava no seio.

Qual o erro que ela havia cometido? Qual o crime?

Não consegui condená-la. Era uma nobre. Oh! a praga... a praga!...

Ah! sim, era uma cristã...

A doença... a epidemia...

Você então a mandou em paz?

Eu estou louco? Não a mandei em paz. Mandei encarcerá-la.

E ela saiu de lá com vida, ou você nunca mais soube dela?

Não soube. Não posso saber de tudo, não é?

— Meu querido, essas dores todas, essas canseiras, essas loucuras um dia têm que chegar a um fim, não é verdade? Que foi que você fez nesses anos todos senão aumentar a separação entre você e aqueles a quem ama?

— Matei! Roubei! Torturei! — grita ele e repete baixo – “Seduzi mulheres jovens, para atirá-las à vergonha, ao abandono. Meu Deus! Quem sou eu? Quem sou eu?

E fica a repetir essa pergunta terrível, de mil maneiras e entonações diferentes, aos gritos ou aos sussurros, no mesmo aturdimento.

— Você é um irmão muito querido que conseguimos, com a graça de Deus e pelo amor do Cristo, trazer aqui hoje. Não se desespere. Tudo é possível àquele que crê e que ama...

Sou um monstro... Sou um monstro de loucura!

Mas você pode redimir-se, também. Trabalhar, abandonar esses ódios e paixões.

Como? Como?

Não abandone as esperanças; somos todos filhos de Deus.

Não existe mais a minha Roma... Não existe mais o meu Palácio... Eu estou louco, não é?

Não.

Um louco que não sabe o que diz, um louco que diz incoerências. Onde estão todos? Foi esse silêncio que me enlouqueceu!

Escute, meu querido. O silêncio era necessário para você pensar um pouco. Antes você não tinha nem tempo para pensar. Teve que ser deixado sozinho por algum tempo...

Disseram que eles mataram o Cristo no alto dum monte, não é? No alto de um monte para que todos vissem... para que todos vissem... e a terra tremeu! — diz, já em pranto - e o Sol escondeu-se de vergonha... Dá-me uma lança para que eu me mate mil vezes! Lanças, punhais, clavas! Me tira dessa estrada sem destino, sem lugar, sem paragem! Que horror! Que tortura! Isto é um inferno... É o inferno e tenho medo! Os demônios me torturaram... Os demônios... essas visões... Essas visões loucas. Me dá minha capa, preciso do escuro, dá minha capa! Para que me esconda. Ninguém me vai encontrar. Ninguém...

Vai sim. Nós o encontramos e a sua consciência nunca deixará de te encontrar.

Ninguém vai se vingar de mim?

Você é que vai ter que fazer o seu trabalho de recuperação. Você não é uma criança, não é um débil mental, é um Espírito inteligente que conhece as leis. Não vamos iludir você, dizendo que o seu trabalho é fácil. Você tem muito a realizar, mas não faltarão recursos para fazê-lo.

Por que essas visões confusas aqui na minha cabeça?

São as coisas que você traz na sua mente, na sua memória, na sua lembrança.

Tudo isso é tão doentio... Tenho medo... Tenho medo. Já não sei quem sou, onde estou...

Mas sabe quem foi, os erros que cometeu. Esses erros, por favor, você vai evitar cometê-los novamente. O que você foi não importa muito, importa quem você vai ser daqui para frente, como vai ser, o que vai fazer.

Quem eu fui... Quem sou eu?

Você cometeu um erro que muitos cometem e que consiste em identificar-se com o poder transitório, que nos é dado para servir, não apenas aos outros, mas, também, a nós, aos nossos interesses espirituais, não às nossas paixões ou para oprimir, para maltratar, para condenar. Nenhum poder temos senão aquele que vem de Deus e, se utilizamos mal o poder que recebemos, a consciência nos cobra depois. É isso que desejo que você compreenda. Ninguém aqui te condena, senão a sua própria consciência. Ninguém te castiga. Você precisa realizar o seu trabalho através da dor, do sacrifício. Trabalho longo, penoso, difícil, mas você tem condições de realizá-lo. Você terá assistência, ajuda de seus companheiros espirituais...

Ele interrompe e diz um nome:

Marcos... É um amigo. Onde está ele? Meu amigo... Ele era meu amigo. Onde? Em Roma.

E quem era você?

Por favor, não me pergunte. Estou tão perdido que não sei quem sou, quem fui.

Sim, mas eu desejaria saber quem foi Marcos. Quem sabe poderia te ajudar a encontrá-lo?

— Marcos. Onde está ele? Você o conhece?

— Marcos é um nome bastante comum.

— Marcus Petronius. Ele era jovem, belo, inteligente. Ele está perdido para mim. Ele era jovem, belo, inteligente... e bom, o que era raro!

E quando foi isso?

Não sei... Minha cabeça não me diz nada.

Volta a cair no desespero e grita:

Meu Deus! Se eu conseguisse saber o que se está passando na minha cabeça! Se as coisas não fossem assim tão vagas, imprecisas! Imprecisas...

Talvez eu te possa ajudar. Escuta. O que está acontecendo é que você se está

recordando, ao mesmo tempo de episódios de várias existências passadas, nas quais você cometeu muitos erros. Não se aflija demasiadamente, porque todos temos erros no passado, mas todos temos condições de nos redimir...

Mas, eu não sei nem se um nome é de amigo ou de inimigo.  Não sei... Tira-me desta tortura!

Escuta: você me conhece também?

Pausa. Talvez busque na memória algo perdido, longínquo, fugidio e que, no entanto, está ali, nalgum lugar naqueles porões escuros e confusos.

Você... (silêncio) Parece... parece que você não me é estranho, mas ao mesmo tempo... Estou tão confuso na minha cabeça!

Sei. Mas você sente em mim alguma hostilidade?

Não.

Você confia em mim?

Tenho que confiar em alguém. Estou perdido.

Não, meu filho. Não é assim. Não desejo que você confie em mim, porque acha que tem que confiar em alguém. Se você não confia em mim, é outra coisa. Quero, porém, que me dê um crédito, uma oportunidade de te ajudar. Estou aqui para te servir.

O que você vai fazer?

— Vou pedir a você que acompanhe os nossos irmãos aqui presentes, que levarão você para um local de repouso.

Para onde?

Meu filho, você não está preso, nem condenado, a não ser pela sua própria consciência. Deus te dará as condições necessárias para pacificar o seu espírito. O Cristo está presente hoje e continuará presente para todo o sempre no Seu Evangelho, nos Seus ensinamentos, na Sua sabedoria. Aprenda a orar, a pedir a Ele os instrumentos de trabalho de que você necessita para se redimir. Você é um ser experimentado, tem inteligência, tem conhecimento. Pode também servir, ajudar, estender a mão ao que sofre. Mas volte-se para o Cristo. Peça ajuda.

Não sei quem é o Cristo. É apenas um nome para mim.

— Não importa. Ele sabe quem é você.

Meu Deus! Como andei perdido tanto tempo!...

É verdade, mas agora você se encontrou, não é?

Como? Se eu não entendo ainda as coisas?

Sim, vai levar algum tempo; mas nos dê um pouco de crédito, confie um pouco em nós porque, como lhe disse, você não está preso.

De que tamanho está a minha cabeça que pode conter tanta coisa?

O Espírito guarda indelevelmente tudo o que se passou com ele. Se não se sentir bem no nosso ambiente, no meio para onde vai ser levado, você é livre de partir, mas, pelo amor de Deus, fique lá um pouco.

Partir para onde? Não sei onde estão todos...

Meu querido, o que importa agora é cuidar do seu espírito, das suas dores, das suas lutas. Você vai ter que desaprender algumas coisas para poder reaprender outras. Você não está perdido, abandonado, esquecido da Providência Divina; é um irmão de todos nós, um companheiro...

Eu vou encontrar meus amigos?

Claro que vai. Não aqueles amigos que te prometiam coisas que não podiam dar, mas os teus amigos verdadeiros, teus irmãos de coração, os seres que te amam. Nessas existências todas que você viveu, é claro que teve companheiros, teve esposas, teve filhos, teve mães, irmãos.

Tive mãe...

Com que freqüência a mãe é a primeira e terna lembrança ao se emergir de um inferno de aflições e de loucuras!

Eles todos continuam a viver...

Mas, onde estão todos? Estou tão sozinho... Por que todos me abandonaram?

Não, meu querido, você é que os abandonou. O ódio assusta... a prepotência nos afasta de Deus, dos nossos amigos, daqueles que nos amam. Muitas vezes eles estão ao nosso lado, mas as paixões, a cegueira espiritual não nos permite vê-los. É isto. Está de acordo comigo? Agora você vai...

Tenho medo...

Não precisa temer. É claro que muitas dores te esperam, muitas dificuldades, mas também muitas esperanças. Depois dessas dificuldades que tem a vencer e das dores que tem a passar, você vai encontrar a paz, mas não te iludas, meu querido, o caminho da paz é o Cristo. Ore e peça a Ele. Não precisa de nenhuma prece especial. Dirija-se a ele como um companheiro menor, um irmão menor, uma criatura que precisa de compreensão, de carinho. Fale com Ele das suas mágoas, das suas dores, dos seus desenganos, das suas aflições. Ele compreende, Ele ama, Ele te ajudará a curar as suas chagas, as suas mazelas. Em todos nós a luz do amor está presente, porque ela desce de Deus, e somos todos filhos de Deus. Portanto, você tem por onde começar...

Gosto da sua voz falando assim. Você está construindo uma matriz para mim, não é? É uma matriz.

Meu querido, estou procurando apenas mostrar a você o caminho, mas não quero condicioná-lo a seguir este ou aquele caminho, porque a escolha é sua.

Sinto a minha mente mais calma, mais pacificada.

Reunidos e unidos num só pensamento aqui, pedimos ao Cristo que te ampare e te receba.

Não posso fazer escolha porque ela já se decidiu. Não tenho nada a escolher. Tenho que aceitar.

Não, meu querido. Você vai seguir por aí, não é porque tem que aceitar; é porque você quer aceitar, porque está cansado daquela vida de loucuras, porque vai começar uma vida nova. Não é porque tem, meu querido. É porque você quer.

Estou cansado... cansado...

O Espírito é, finalmente, desligado do médium. Só uma pergunta final: pode uma pessoa, um Espírito, permanecer alienado da realidade durante quatro séculos e meio? Não diríamos que isto é possível, mas temos que reconhecer que isto é um fato...

 

Fonte:  http://ensinamentos-esotericos.blogspot.com/

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