Pioneiros da Inteligência Universal de Deus – O pensamento, com toda a sua maravilha, precisa ser controlado – assim como a humanidade utiliza a maré e os ventos. Deveis reconhecer, primeiro, que o homem não é pensamento, mas que o poder de pensar é sempre uma faculdade da mente. O homem não é mente, mas unicamente uma manifestação de Deus.
A fragilidade do raciocínio humano está sempre na sua identificação com o eu finito. O sentimento de estar enredado, quando passa pelo processo de identificação com objetos e experiências vividas, impede a revelação da verdadeira natureza espiritual do ser humano.
A idéia de Deus como criador do universo evolui facilmente para a idéia de igualar Deus ao universo, erro conhecido como “panteísmo”, pois o universo não poderia contê-Lo, nem Ele é limitado pelos limites finitos da substância material.
Entretanto, é verdade absoluta, amados, que Deus existe na substância e na forma e que os elementos vivos que o compõem emanam da divindade. Mesmo assim, não é correto afirmar simplesmente que a identidade de Deus esteja circunscrita ou confinada àquela substância que compõe o corpo universal da criação, chamado cosmo.
Deus não é o universo da matéria, nem o universo é Deus. É, todavia, o receptáculo ou instrumento no qual Ele derrama a Sua Vida; e a única Vida existente na matéria é Deus. Além disso, sem o Ser Divino estendendo uma parte de Si Mesmo para a substância – espiritual e material – a estrutura interna daquela substância entraria em colapso. Da mesma forma, se os Elohim retirassem a sua consciência divina do alcance e da visão dos universos físicos – estes também, e tudo o que neles existe, cessariam de existir.
Amados, Deus não é a mente que compreende e apreende por partes. A mente humana, que tem o potencial para perceber as coisas do Espírito, está conectada e utiliza a inteligência universal de Deus. Esta inteligência espiritual sussurra à vida, e a vida obedece ao ímpeto dos mandatos do Amor, apressando-se alegremente em observar o ritual do plano perfeito da Vida de Deus, amplificando a intenção divina à plenitude de seu poder.
A mente é um instrumento de flexibilidade maravilhosa. Quando deixada à vontade pelo poder da imaginação, operando através do terceiro olho – o centro espiritual localizado na testa entre as sobrancelhas, ela pode ver uma enorme quantidade de conceitos gloriosos que vão desde a mera fantasia à grandiosidade criatividade.
O mais importante atributo da divindade expresso pela mente iluminada é o poder de governá-la. O intelecto desgovernado, como a emoção desenfreada, só pode produzir desgraça devido à manifestação errada. O erro não pode afetar os propósitos puros e sagrados do Amor universal, que estão em completa união com a Mente de Deus perfeita, e estes não podem ser divididos pelas tramoias da mente carnal.
A afirmativa direta do Cristo: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”, indica que a ignorância é o primeiro pecado sobre o qual a gigantesca torre de Babel do erro foi construída. Se for, então, a ignorância, o primeiro hábito a ser corrigido, podemos reconhecer que pela chama dourada da iluminação crística o reino das trevas será afastado.
Com o aconchegante fogo da iluminação expansiva, os horizontes da humanidade ampliam-se para explorar uma nova fronteira de conhecimento e vivência espiritual. Desta forma, o abismo rochoso da ignorância é transformado na via expressa de luz que, como feixes de glória, levam-nos até à cidade da felicidade e da paz de Deus, Shamballa.
A ignorância é um hábito baseado na indolência da mente e da falta de desejo de afiar e de usar o instrumento do pensamento. A falta de conhecimento deve ser combatida pela busca alegre da glória de Deus, tanto embaixo nos aprendizados humanos, quanto nas alturas das colinas sublimes do conhecimento sagrado e da experiência espiritual.
Quando o processo pelo qual os hábitos são formados é entendido completamente, uma faculdade muito útil é criada. Para compreender como os hábitos são formados, é necessário observar os ciclos de vida atuando na experiência de cada dia.
O ciclo das horas, que “um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite”, é derivado da rotação diurna da Terra sobre seu eixo, sendo os hemisférios expostos e ocultos alternadamente à radiação solar. Os ciclos dos anos definem-se pela revolução da Terra na sua órbita elíptica em torno do Sol.
Os ciclos da civilização respondem às marés cósmicas de influência estelar geradas pelas configurações das hierarquias do zodíaco interagindo com os corpos do sistema solar. Muitos sistemas solares formam uma galáxia, muitas galáxias caminham em procissão em torno do Grande Sol Central, apresentando um espetáculo assombroso ao qual, por falta de uma expressão mais apropriada, chamamos de “A Imensidão”. Mas isto não é tudo.
Esta consideração é para que possamos compreender que a mesma lei da energia em movimento que atua nos corpos planetários governa o processo ordenado que ocorre cada vez que criamos - colocamos em movimento e lançamos em órbita - um hábito no mundo. Estando a humanidade consciente disso ou não, a lei segue o seu ciclo de realização e estabelece um hábito, como um resultado devidamente reconhecido da lei do círculo.
A eletricidade e o magnetismo tomam parte no estabelecimento e na sustentação da ação e do poder do hábito. Usando o exemplo de um eletroímã, desejo transmitir aos estudantes a consciência dos círculos usados ao enrolar o fio numa espiral magnética; estes indicam a repetição da lei do círculo – círculo que, neste caso, se torna um momentum em espiral que se acumula em cada volta, assim como um hábito é fortalecido pela sua repetição. Quanto mais voltas o fio dá em torno do núcleo magnético, maior indução e magnetismo correspondente são criados pelo eletromagneto, conforme a eletricidade flui através da espiral.
Ao compararmos as leis naturais da física com a metafísica da psicologia humana, pedimos ao estudante que pare por um momento e analise por si mesmo este reforço de atos desejados ou indesejados - como se cada ato, em si mesmo, reunisse à sua volta um momentum de energia formando uma espiral à volta do altar raquidiano - e considere que este processo de magnetizar o cerne do ser - a energia e consciência da pessoa - acontece todas as vezes em que ele atravessa de novo – repete - mental ou fisicamente estes ciclos de repetição, ao transmitir mecanicamente a sua energia – eletricidade - ao mesmo padrão de hábitos – gerando uma força magnética dominante, eletromagnética, se assim o desejarem, um verdadeiro momentum atraindo o Bem ou o Mal para a sua personalidade humana e divina.
Apresentamos estes fatos, não para amedrontar, mas para libertar, pela iluminação da alma, todos os que desejam ter o controle sobre as suas vidas diárias. Entretanto, o estudante comum vai precisar de mais do que a armadura do seu conhecimento inicial para lutar contra o poder dos hábitos antigos e arraigados, indesejados e infrutíferos. Estes hábitos, como a figueira seca, não geram os frutos da Consciência Superior e muito menos as realizações humanas positivas para o bem-estar social que são esperadas de todos os chelas na Senda – embora aprisionem uma grande quantidade de energia da humanidade numa espiral magnética de desejos e atos repetitivos.
Por isso, eles precisam ser “amaldiçoados” – julgados - pelo Cristo, “purificados” pela retirada de toda a energia investida neles – suas espirais e sua consciência e momentum lançados no fogo sagrado da transmutação, invocado constantemente sob a forma de decretos dinâmicos de chama violeta.
Apresentamos-vos esta explicação básica do nosso estudo da lei e da formação do hábito neste primeiro discurso sobre o assunto para que vós, nossos discípulos abençoados, possais, no espírito e na tradição de Jeremias, “desenraizar, arrancar e destruir” todas as espirais negativas e hábitos autodestrutivos e “construir e plantar” as espirais positivas e hábitos construtivos necessários à vossa auto realização em Deus.
Seguiremos uma linha de estudo ordenada e veremos como a formação dos hábitos está ligada à colocação em movimento de ciclos temporários governados pela lei das espirais, que a pessoa coloca em movimento em algum momento e lugar para si mesma.
A lei do hábito determina que aquele que criou um hábito é o único que pode destruí-lo – simplesmente por ser a sua energia, o seu livre-arbítrio, a sua criação pessoal na senda da mestria pessoal que estão envolvidas no processo. Se uma pessoa decidir destruir um hábito seu, ela precisa ajustar os ciclos de energia e liberá-los, para poder direcioná-los para canais construtivos.
É necessário compreenderdes que, quando os bons hábitos são criados e os maus hábitos transmutados, uma natureza mais semelhante a Deus evolui, permitindo mais uma vez que o Cristo vivente surja e seja honrado “na carne”.
Serviremos melhor à causa do céu, tornando o homem mestre de seu próprio domínio - seus quatro corpos inferiores, bem como os membros mais chegados de sua família -, capacitando-o a tomar o domínio correto planejado por Deus sobre as suas cidadelas, conforme as espirais sempre expansivas dos bons hábitos da responsabilidade fazendo dele o administrador lógico do Bem em prol das comunidades e nações.
É direito do mestre espiritual escolher a forma de dar conselho prático aos buscadores menos iluminados que podem, vez por outra, vir a ele em busca de conhecimento. Tendo em mente que estes buscadores foram enviados por Deus e pertencem somente a Ele, o mestre deve ensinar aos pupilos como combater os elementos do materialismo, a grosseria dos conceitos mortais e a densidade dos padrões de pensamento humano.
Ele deve ilustrar cuidadosamente a forma como os padrões de pensamento humano irradiam-se para o mundo, criando e mantendo centros de influência negativa que são destrutivos e insalubres aos corpos espirituais e às almas das crianças de Luz em evolução.
O véu de Caxemira, tecido por encantadoras mãos etéreas, esconde a beleza intensa da radiação crística que resplandece do Santo dos Santos na humanidade, atravessando conceitos materiais calcificados e irradiando a todos a penetrante Mente de Deus.
Conforme os hábitos decadentes são desmantelados ou completamente destruídos, dá-se o gradual rasgar do véu e a manifestação tangível do Santo Graal é revelada aos olhos errantes do cavaleiro que busca a nobreza do céu.
Amorosamente, envolvo tudo no manto de iluminação divina, na veste do sol de esplendor, resplandecendo para um dia mais perfeito.
Kuthumi
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Livro: A Universidade do Espírito
De Mark e Elizabeth C. Prophet
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