Ensinamentos Esotericos - Divaldo Pereira Franco - UMA NEGRA AMERICANA


Uma negra americana, Mary Jane MacLeod Bethune, começou a educar crianças num depósito de lixo. A lei da segregação racial nos Estados Unidos era muito severa contra os negros. Ela era negra, havia ganho uma bolsa de estudos de uma costureira quaker, e, ao se formar não tinha alunos. Quando foi nomeada não havia escola. Ela então reuniu três caixões vazios de cebola, colocou-os embaixo de uma árvore, num depósito de lixo, convocou três descendentes de escravos e começou a ensinar-lhes a ler e escrever.

Oportunamente, quando Henry Ford foi a Osmond, uma praia da Califórnia, ela foi visitá-lo. Ao chegar à porta, foi barrada, porque, no hotel, negro não podia entrar, somente na condição de serviço. Ela subiu a escadaria de incêndio de nove andares, saltou a janela, tocou a campainha da porta, e, quando o mordomo veio abri-la, disse-lhe:

- Quero falar com Mr. Ford. 

O mordomo, que também era negro, respondeu:

- Mas ele não recebe negros!

E falou-lhe baixinho:

 - Como você se atreve a vir aqui?

Ela reagiu bem alto:

- Eu tenho uma entrevista marcada com Mr. Ford, que combinei por telefone. Eu sou Mary Jane.

Ouvindo-a, Mr. Ford redarguiu:

- Entre, senhora.

Mary Jane


Quando ela se adentrou, ele, que era humanitário e acreditava na reencarnação, exclamou, surpreso:

- Mas eu não sabia que a senhora era uma negra!

Ela sorriu, elucidando:

- Não totalmente. Eu duvido que o senhor conheça dentes mais alvos e um olho mais branco do que o meu. 

Ele a adorou, porque uma mulher que era superior a essas mesquinharias humanas merecia respeito. Perguntou-lhe:

- O que a senhora deseja de mim?

- Desejo que o senhor me ajude a construir a minha escola, a ampliá-la. Gostaria de levá-lo ao meu terreno, a fim de que o senhor construa comigo a escola dos meus sonhos.

Ele concordou. Desceu com ela pelo elevador por onde não pudera subir. Quando ela passou pela porta e o atendente a viu, ela ainda, só para surpreender, pegou o braço de Mr. Ford, com a maior intimidade. Sentou-se num carro coupé aberto, desfilando pela cidade de Osmond e olhando para todo mundo. Isso no começo do século XX. Era muita coragem! 

Levou-o ao seu terreno. Quando chegou ao depósito de lixo, disse-lhe:

- É aqui, senhor, que eu quero construir a minha escola.

Ele, surpreso, retrucou:

- Aqui? E onde está sua escola?

Ela apontou:

- Ali.

- Senhora, ali é um depósito de lixo.

- Eu sempre me esqueço dos detalhes! Em verdade a minha escola está aqui na cabeça. Eu quero que, com o seu dinheiro, o senhor a arranque daqui - apontou a cabeça - e a coloque ali.

Ele deu-lhe, então, vinte mil dólares. Essa mulher educou até o ano de 1969 milhões de negros americanos. Tornou-se o símbolo da educadora mundial.

Quando o presidente Franklin Delano Roosevelt cancelou as subvenções por causa da guerra, ela lhe pediu uma entrevista na Casa Branca, e disse-lhe:

- O senhor não vai cortar as subvenções das minhas escolas. Ele redarguiu:

- A senhora não se esqueça que eu sou o presidente.

E ela respondeu:

- Nem o senhor esqueça que eu sou eleitora, e eu vou me lembrar.

Ele sentou-se. E a sua foi a única rede de escolas que não teve as subvenções canceladas naquele período. Certa feita, ela estava numa cidade do Sul, onde a intolerância racial era muito grande e teve uma apendicite. Foi levada de emergência ao hospital e colocada na mesa cirúrgica. Quando os médicos entraram e a viram, disseram:

- Operar uma negra?

 E saíram da sala. Ela pôs a mão no lugar dorido, olhou para a janela e orou: "O Senhor deve estar brincando comigo. Acho que o Senhor só me deu essa apendicite para me desafiar. Porque se o Senhor me ajuda a sair desta mesa eu lhe prometo que, na América que o senhor pôs na Terra, nunca mais morrerá ninguém de apendicite pelo crime de ser negro, porque eu não deixarei."

Levantou-se e ergueu uma Faculdade de Medicina. É uma das histórias mais lindas do século, mas, infelizmente, desconhecida dos brasileiros. 

Quando estourou a guerra da Coréia, ela já era um vulto venerando no mundo. Foi conselheira da UNESCO e da ONU para assuntos raciais. Certa vez, ela vinha atravessando o corredor para negros, no aeroporto de uma cidade do Sul. Um rapaz branco saltou a cerca, abraçou-a e chamou-a de mamãe.

Então o colega reagiu:

- É louco? Como pode abraçar esta negra?

Ele explicou:

- É por causa desta negra que eu vou dar a minha vida na Coréia. Quando eu fui convocado para a guerra, em um país que jamais eu havia ouvido falar o nome, fui ao meu professor de geografia e perguntei: Onde é que fica mesmo essa Coréia? Ele mostrou no mapa uma região miserável, perdida, que eu não sei quem está lá. E eu vou prá lá, porque me disseram que eu vou salvar a democracia, que eu aprendi com esta negra, que ama a todos os homens, sem perguntar o nome, a cor, a raça ou a crença.

Ela escreveu mais tarde:

- Eu poderia ter morrido naquele dia, porque minha missão, na Terra, havia acabado.

Fonte: http://ensinamentos-esotericos.blogspot.com/

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